CADERNO DE GARRANCHOS/
LOADING A NEVER-FADING IMAGE/
ELOGIO À VIRTUALIDADE-CONSTRICTOR
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desvenda-me ou devoro-te
como o mais próspero clichê da minha horta.
pegos em flagrante esquartejando a imagem segundo a fome do olho humano em devorar cada pixel,
estamos em pleno sacrilégio do sentido,
à imolação da imagem meramente ilustrativa.
mundo expirado, work in progress, justiça seja feita
aqui estamos ocupados demais na decomposição dessa imagem meramente ilustrativa.
avatares curingas primatas peçonhentos com uma expertise de plástico-bolha,
esnobes com sua bipedalidade,
só os fones de ouvido nos fazem ficar de conchinha dentro do marsúpio de björk. enfim desarmados?
alguém, manipulando o nó-cego do corpo entre cipós e rãs de cor tutti-frutti boiando mortas na poça do touchscreen em cacos abre no fumódromo a tela do paint.
warning: this garden of pixels wanna be carried by sexless tecnoxamãs.
a merda alada dos leigos aspira ao asteróide da extinção.
tua relação com a imagem é perversa desde tempos imemoriais.
a perfeição das ilustrações dos testemunhas de jeová é uma extraordinária e supersublime anedota.
na confecção do ídolo já se pressentia, como um avesso ígneo, o bote do iconoclasta.
desvirtuando o adestramento humano forjado pelo costume, o objetivo é uma tentativa de aeróbica
entre o nervo óptico e a cola entre as imagens,
imagem como não-lugar do milagre e do piche,
e como levar um soco do dente-de-leão.
só estou trocando o i pelo y.
você interfere com um binóculo - e vê o pigarro do bobo da corte tem mesmo gosto de amendoim? andou sobre suas águas sanitárias potáveis hipnagógicas?
pois vem e esquadrinha o homem vitruviano
o homem vitruviano que se reduz a seu próprio recôndito
ânus
prostrando suas medalhas cartesianas ante a besta recém-instalada no saguão do status quo,
a ciborgue polimorfa descentralizadora de significados,
trituradora de maiúsculas,
bruxa com vassoura untada de manteiga com adesivos de cabeças degoladas de viris ganhadores do nobel
por toda extensão do cabo.
não há pressa para tomar o quebra-cabeça como um todo:
o engajamento da pupila levanta aos poucos seus acampamentos,
aqui, ali, assim.
o download das sinapses tem certo prazer numa preguiça de engolir de uma vez só a criatura implícita.
aqui o inferno da barra de rolagem é uma overdose de chocolate com espinhos, papel higiênico, síndrome de estocolmo e as obras completas de james ferraro
imunes à radioatividade.
até que a pergunta entre em erupção pela coriza das suas narinas:
¿QUE HISTÓRIA É ESSA?
loading ad nauseam
a imagem dispensa manifestos,
mas somos teimosas.
o observador ganhará um prêmio
se conseguir se imaginar como um roedor roendo a colagem.
vem e fareja discretamente a colagem mapeando o sumiço do corpo no tecido virtual.
seus pixels esmigalham esse corpo compactado e remoto.
aqui reconhecemos a histeria das associações
como uma coreografia evangélica estreada para uma plateia de pigmeus.
topos fenomenal acompanhado de x-bacon e tônico de alho para calvície.
o liquidificador mundano do bom senso e etiqueta,
raiz quadrada de latex e alma ocidental de soda cáustica
e a gafe de gozar na vela acesa pros mortos.
a imagem gargalha copiosamente no seu próprio requiem:
lascivo saci-fenix fresquinha
você aceita, você aceita se casar com ouroboros?
ser o mais belo estepe de carro?
um outsider com sinusite
nada agrada à criatividade do conservador!
os pesadelos de bush são abstratos?
sou um capilar da amazônia?
pixels em fotossíntese.
cartões-postais enviados pela entropia
a mais noctívaga
chumbo salivado de sonâmbulos na aurora da pareidolia,
fanáticos solipsistas representantes da nação,
hacker subatômico num sorriso esperançado
lovely code captcha to access the universal fraternity.
seu formidável refluxo de inconsciência
provocado por soro caseiro.
querido, seu zoom não tem volta.
satan nossa cacatua está liberta do cativeiro de nossas chorumelas, agora nos ensina rigidamente a ronronar.
vírus da bricolage
LOVELETTER.EXU
posting prints of the newly emulated apparatus to communicate heat to the bodies apparently dead
eros 404 sine qua non adveniat cunnilingus é pau é pedra é o fim do caminho
nossas sombras deitadas na imagem, num colchonete antigravidade, a salvo das piranhas do abismo.
subcelebridades brindam sobre suas catacumbas de material indestrutível, massageadas pela máfia pornô.
fico na torcida para que não negligencie meu cu hermético.
aqui o pitbull que comeu heráclito reencarna numa garçonete 2d
que decodifica a partitura do vitiligo desse corpo destinado ao híbrido.
que consegue um papel em mulholland drive!
aqui o diplomata desmunhecado da linguagem escapa de uma crise serotoninérgica. e das lâmpadas fluorescentes da av. paulista.
aqui meu ghetto corusca.
então escuto o choro de um conto de fadas recém nascido,
à véspera do passeio a jato por toda a eva mitocondrial -
colagem como ilha maximizando-se ao diâmetro da terra.
já pensou cair numa piscina de superbonder?!?
então a miragem me come pelas extremidades
sua música cai na corrente sanguínea
e suja para sempre o branco do olho que finge não ver bem
charlatão & criador, ofegantes em felação
- a poesia é uma bomba nas garras sulfúricas desse louva-deus fêmea